sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sobre meteorologistas e panquecas


Há mais ou menos duas semanas fomos ao Mercado, aqui perto de casa, depois de assistirmos o jornal da noite. O “Homem do tempo” havia anunciado chuva em Berkeley às 7PM. Não nos preocupamos, mas, na saída do mercado, exatamente às 7 – pontualmente – quem veio ao nosso encontro? Ficamos admirados com a precisão da previsão!!
Há dois dias os meteorologistas têm anunciado neve na Bay Area. De fato, estamos em meio a uma frente fria, chegou a chover no meio da semana. A previsão era chuva e neve para sexta-feira (ontem). De manhã, aquela chuvinha... horário da neve: 2 PM. Eis que, as 10 da manhã o sol aparece em nossa janela... Melhor para mim, já que tinha aula às 12h30 e é melhor caminhar sob o sol até a UC (é, nada de horário de almoço por aqui – vamos de “lunch” mesmo...). Rapidamente a previsão de neve passou para as 8 da noite, mas os meteorologistas acusavam que estava chovendo em Berkeley - o que minha experiência real contradizia...
Hoje acordamos com o sol novamente em nossa janela. Um dia muito bonito veio para nos dizer que podemos até ter alguma tecnologia para controlar a natureza... mas ela continua tendo poder o suficiente para aprontar as dela e minar nossas esperanças de ver uns floquinhos caírem do céu!

A foto acima, retirada do SFGate, mostra a última vez que o branco tomou conta da paisagem por aqui, em 1976.  Abaixo, uma foto de uma das melhores coisas do nosso cotidiano gastronômico. A pedidos da Tel, panquecas!!



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

The American Way of Life…



Mc Donald’s, Pizza Hut, Burger King, Subway, Pepsi, Coke, Soda, Friends, Two and a Half Men, House, Lost, Supernatural, The big bang theory… Titanic, Avatar, Star Wars, E. T., The Godfather, A Clockwork Orange, Casablanca, Singin'in The Rain, Gone With The Wind… Aerosmith, Bon Jovi, Creedance, Kiss, Metallica, Pearl Jam, Michael Jackson, Beyoncé, Britney Spears, Madonna, etc etc etc…

De longe, a pergunta que mais tem chegado a mim da parte sul das Américas é: como está sendo a adaptação ao “American way of life”? Exatamente: a pergunta é feita com o termo em inglês. Porque “American way of life” é uma expressão que nos diz muito mais do que “o estilo de vida americano”, ou não?

Ideologicamente, a expressão deveria se referir (e sua raiz histórica é essa) aos ideais liberalistas burgueses de direito à liberdade e busca pela felicidade – com tudo que isso inclui: exaltação do indivíduo, da livre concorrência, da “democracia”. Queria ser diametralmente oposto às sociedades “socialistas”. Eu não me oporia, de forma alguma, a lutar pela liberdade e pela felicidade - Aristóteles não considerava a felicidade o telos da vida humana? Pois bem, mas quando que a coisa desandou? Iracema diria: “na prática, a teoria é outra...” – ditados populares que revelam nossa capacidade de nos darmos conta da imensa ruptura entre o que deveria existir para sermos felizes e o mundo em que vivemos. O velho tema da filosofia moral.

Hoje, identificamos (e Adorno tem alguma culpa nesse ponto) o “American way of Life” com a cultura enlatada produzida aqui e que consumimos em qualquer parte do Globo (e na Globo).  O estilo de vida americano – ao menos para nós tupiniquins – diz respeito a comer fast food e ouvir música ruim. Mas, Ladies and Gentlemen, não é isso que fazemos, dia após dia, nas grandes e pequenas cidades do nosso Brasil? Desconfio, contudo, de uma ambigüidade naquela pergunta. Ela varia do ressentido: como você pôde escolher ir para o berço da cultura lixo?; ao projetivo: e aí, conseguiu se tornar “indivíduo”? Nossa alma, confusa, já não sabe mais se para “ser” é preciso se entregar à crítica cega ou ao Big Mac.  What shall we do?

Nesse sentido, não há ao que se adaptar. Se você é do clube da comida saudável vá ao “Vitamin Express”. Se é vegetariano, vá ao “Vegi Food”. Nacionalista brasileiro, que tal o “Café Rio”? O que você “gosta” de ouvir? Opções: U2 Radio, The Beatles Radio, Brazilian Radio, Top Pop, Urban Transit, Movie Scores… Estamos em casa! Vamos deixar de ilusão, não há diferenças essenciais entre nós. Temos a liberdade de fazer parte da massa aonde quer que formos! O tipo antropológico do homem erudito, que se assustou com isso aqui, já está extinto. Desculpe desapontar...

Para simplificar, a minha resposta é a seguinte: eu só vim aqui fazer um Sanduíche. E, como me disse Mike: If you want a sandwich, you are in the right place!

That’s all folks!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um simples telefonema...



Uma ligação telefônica, algo tão comum e corriqueiro em nossas vidas, muitas vezes rezamos para que o telefone pare de tocar, pois precisamos de paz, de concentração, mas ele insiste e não nos dá sossego. E depois que inventaram esse “tal” de celular, ai sim que complicou, não temos sossego nem no WC.
Mas uma ligação também tem o poder de fazer o dia ser mais alegre, mais especial, transformar um momento ruim em um momento bom, e esses momentos estão separados somente por um “TRRRRIIIIMMMMMM”.
Quando estamos distantes das pessoas que amamos, das pessoas queridas, separados pode milhares de quilômetros, começamos a dar valor a coisas simples da nossa vida, coisas que muitas vezes nos incomodam, como uma ligação. E o mais gostoso disso, é perceber que essa ligação não é importante somente para nós, mas também para as pessoas que as recebem. Pessoas essas que normalmente, conversávamos horas ou convivíamos diariamente.
Neste final de semana prolongado, percebemos isso nitidamente, falamos por telefone com algumas das pessoas queridas lá no Brasil, e ao receberem uma “simples” ligação nossa, alguns foram as lágrimas, outros seguraram elas firmes e fortes, mas a voz denunciou, alguns ficam surpresos, mas a reação de felicidade e alegria é empolgante, a importância desses poucos minutos é imensa e aprendemos valorizá-los cada dia mais.
Há alguns anos era impossível de imaginar que poderíamos conversar e ver as pessoas do outro lado do mundo com tamanha facilidade, que poderíamos estar conectados a nossos amigos tão facilmente, compartilhando coisas corriqueiras do dia a dia e interagindo com essas informações, mesmo um estando nos USA, outro em São Paulo, outro na China e outro na Austrália. Esse poder de iteração é fantástico. Uma das coisas boas que a tecnologia trouxe para as nossas vidas.
Fico imaginando o quanto deveria ser difícil passar 1 ano longe da família e amigos antes da internet banda larga (e isso não esta tão longe, são uns 15 a 20 anos para trás). Hoje temos diversas ferramentas (MSN, Skype, Webcam, Email, etc.) que podemos utilizar para “encurtar” esses milhares de quilômetros que nos separam assim nos mantendo próximos as pessoas queridas.
Iremos aproveitar o máximo de cada ferramenta dessas para nos manter próximos, diminuindo cada vez mais a distância que nos separar e esse buraco no peito chamado saudade.
“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.”
Bob Marley
Ótima Semana a Todos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

California Academy of Sciences


Transformamos a quarta-feira em um sábado (muito bom fazer isso): tiramos o dia para ir conhecer o California Academy of Sciences, um dos maiores museus de história natural do mundo. Toda terceira quarta-feira do mês a entrada é gratuita nesse museu. O ticket normal custa 30 US, então vale à pena economizar 60 US e ainda quebrar o ritmo da semana para ver como andam pensando e apresentando a ciência por aqui... Porém quando acordamos São Pedro não estava ajudando, chuva caindo e um FRIO do CÃO. A chuva passou e lá fomos nós, mais uma vez, para San Francisco. Descemos na estação e precisamos pegar o MUNI (Metro que depois vira ônibus).  Descemos para a plataforma dele, ele chegou e pegamos...PUTZ, para o lado errado, maldita pressa... Andamos algumas estações e depois passamos para outro trem que estava indo para o lado certo. Ao menos já sei onde fica o estádio de Baseball do San Francisco Giants e descobrimos mais lugares bonitos em San Francisco (a Dehzinha tirou foto de um arco e flecha que o cupido deve ter deixado por lá no Valentine’s Day que foi essa segunda)! Quando chegamos ao nosso destino, PQP que FRIO de novo, ou seria ainda? O sol parecia que ia sair, mas o vento estava realmente gelado!
O California Academy of Sciences fica no Golden Gate Park – um dos maiores parques urbanos dos EUA (maior que o Central Park de NY). Tem aquário, planetário, animais e uma mini floresta entre outras atrações. Sabe naqueles filmes futuristas, que os caras recriam a selva, o mar, para as pessoas visitarem e verem como eram as coisas sem poluição, como eram as florestas, esse lugar parece isso. Será que esse dia vai chegar? Será que nossos netos ou bisnetos terão que visitar um museu para ver peixes? Corais? Ou árvores? É assustador pensar nisso.
Gostei bastante do passeio, recomendo para quem for visitar San Francisco, mas achei que o museu fosse maior. Entres os diversos animais, habitats, e atrações, os que mais gostei foram o Alligator albino (CARACA, nunca tinha visto jacaré branco) e o T-REX na entrada. Adorei o aquário, achei demais o jeito como eles reproduziram a vida submarina e os rios da Amazônia. A Dehzinha não gostou de quererem reproduzir a floresta amazônica dentro de um museu, já decidiu que nossos filhos não irão ir ver animal em museu ou zoológico, vão ir fazer safári na África e conhecer a Amazônia. Ela gostou do planetário com sensação 3D – parece que estamos mesmo fazendo uma viagem no espaço (mas acho que se até termos filhos já estiverem vendendo tickets para lá, nossos pimpolhos terão lugar reservado também! rs rs).
Clique aqui para acessar as fotos do passeio.
Depois do passeio pelo mundo da ciência, fomos dar uma caminhada no Golden Gate Park, mas estava FRIO demais. Fomos visitar o famoso Japanese Tea Garden, mas eles cobram 7 dólares por pessoa para você visitar o Jardim, pelo amor de deus, neh? Depois disso voltamos para casa, pois a chuva estava voltando e o frio aumentando.
Hoje amanheceu caindo o mundo aqui e foi o dia mais frio que enfrentamos desde que chegamos, mas tivemos uma GRANDE e ÓTIMA notícia: chegou a minha autorização para trabalhar. Estávamos esperando essa autorização lá para Maio ou Junho, pois diziam que demorava de 3 a 5 meses, mas não demorou nem 1 mês (amanhã completo 1 mês aqui), agora só falta o Social Security Number e já era, quer dizer, falta um inglês um pouco melhor, mas... Vamô que Vamô... Em busca do primeiro emprego na Terra do Tio Obama.
Amanhã (sexta-feira) é feriado e segunda-feira também, QUE MARAVILHA, pena que a previsão do tempo é CHUVA e FRIO para todos os dias.
Abraços a Todos.
OBS: Criamos uma lista de contatos para enviarmos as atualizações do Blog por email, se você tiver interesse em receber, favor enviar um email para alex.beijos@gmail.com.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Zoo, Beach and English Classes


O tempo ajudou nesse final de semana, céu azul e calor, saímos de casa, no sábado, rumo a San Francisco (como a Dehzinha diz, o quintal da nossa casa) sem destino certo, e acabamos decidindo ir ao Zoológico e conhecer a praia com as águas do pacífico.
O Zoo de San Francisco é diferente do de São Paulo, que foi o maior que já visitei, aqui os animais são separados por habitat e diversos deles, de espécies diferentes, ficam juntos. Poucos animais ficam sozinhos em jaulas, somente os mais ferozes.  Andamos cerca de 4 horas no Zoo admirando a vida selvagem, os animais. É impossível não gostar de ver um filhotinho de macaco fazendo suas estripulias, um gorila se comportando como se fosse um ser humano, as girafas, o urso polar ou ter uma sensação “diferente” ao estar a 2 metros de um Leão - esse felino é realmente assustador.
Depois do passeio pelo Zoo, fomos ter o nosso primeiro contato com o oceano pacífico e suas águas geladíssimas. Ficamos com vontade de arregaçar as calças, tirar os tênis e andar pela água, mas a baixa temperatura dela não ajudou a criamos coragem. Caminhamos por mais de uma hora na areia, admirando a paisagem e o cair do sol. Por sinal um lindo cair do sol.
Domingo sem grandes emoções, ficamos em casa.
Me matriculei em outra turma de inglês, terei aulas nos períodos da manhã (beginner high) e da tarde (intermidiate low). Dessa forma ficarei dentro da sala de aula mais de 6 horas por dia, de segunda a sexta. Será que eu agüento? Espero que sim. Como venho dizendo há algum tempo, ou aprendo inglês dessa vez ou desisto de vez.
Quarta iremos visitar o “California Academy of Science” um dos 2 lugares que mais tinha vontade de visitar em San Francisco, agora só vai faltar Alcatraz.
Clique aqui para visualizar as fotos dos passeios de sábado.
Abraços a Todos!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Filosofia de lavanderia…



Dentre as coisas mais difíceis de mudar em nós estão nossas obsessões e compulsões, nossos velhos hábitos arraigados em nossa alma desde a pequenez da infância. Eles só mudam se for de sintoma, ou então por algum milagre das tecnologias do comportamento ou da psique - tão “desenvolvidas” em nossos dias... Não adianta mudar de país. Aliás, mudar de cultura pode fazer você ver em você o que antes não percebia. Detalhes do dia-a-dia, muitos, fruto da nossa própria cultura. Pois é, culturas também têm suas obsessões e nós espelhamo-las. Quer um exemplo? Vamos lá...

Limpeza.  Quantas vezes por semana você liga sua máquina da lavar roupas? Quantas peças de roupa são lavadas por vez? Quantos tipos de critérios você utiliza para separar e lavar as roupas? Quais você lava no tanque? Quais você coloca na máquina? Essas perguntas, tão simples, fazem todo o sentido, não é? Aprendemos, logo quando saímos da casa de nossos pais, a árdua tarefa da limpeza de nossas vestimentas. No início nada faz muito sentido, mas depois de uma ou duas blusas manchadas e uma calça cheia de pelinhos da toalha, vamos aprendendo que é melhor seguir as sugestões da mãe.

Minha máquina de lavar roupa foi o que de mais caro já comprei na vida (e de pensar que ela está solitária, trancada em um apartamento sem utilização!). Conquistas de uma mulher emancipada.  Quantos dias, enquanto eu escrevia páginas e páginas da minha dissertação, ela fazia o trabalho pesado! Pois bem, o que fazer quando você muda para um lugar onde não é possível ter máquina de lavar e sequer um tanquinho (elétrico ou não) em casa? Fácil: lave suas roupas em uma Coin’s Laundry! “Maravilhas” que só a América faz por você!

Esqueça tudo que você sabe sobre lavar roupas.  Junte o máximo que puder. Leve em uma sacola GRANDE junto com seu sabão e amaciante. Escolha uma das 32 máquinas. Nem pense quantas vezes aquela máquina foi usada antes de você chegar. Respire fundo e espere 30 minutos até o ciclo terminar. Pronto? Não. Casa que não tem tanque não tem varal. Escolha umas das 32 secadoras. Acabe com suas moedas de 25 cent’s, se não tiver o suficiente, troque mais dólares por moedas de 25 cent’s. Espere cerca de mais 40 minutos.  Observe as pessoas a sua volta, todas ali no ambiente coletivo fazendo algo que seria tão pessoal! Todas juntas e, ao mesmo tempo, separadas: Americanos, indianos, mexicanos, japoneses, chineses, africanos, árabes, brasileiros, mulçumanos, cristãos, judeus, budistas, ateus. Crianças, velhos, jovens, adultos, solteiros, casados, viúvos, desquitados. Não há qualquer comunicação.

Não fosse o ambiente tão taciturno, influenciado pelo reflexo prateado futurista, caberia cantarolar as cantigas das lavadeiras nos riachos, só pra fazer algo enquanto o colorido misturado de tons e tecidos dança entre bolhas de sabão... e faz surgir a questão: se aqui parece tão natural juntar tudo numa coisa só, se a intimidade invade um espaço público, se não há separação nem de roupas nem de pessoas,  se o mundo se vangloria dessa miscigenação, por que ainda estamos presos em nossos velhos hábitos e preconceitos?

Desenho feito por Jana Bouc, artista da San Francisco Bay Area,

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mais um Final de Semana na Terra do Tio Obama...


Neste sábado (5/02) decidimos conhecer a região do Fisherman's Wharf e dos PIERs em San Francisco. Saímos de casa e a caminho do BART (Metrô) - PUTZ - percebemos que tínhamos esquecido o mapa de San Francisco, sorte que no Guia da Califórnia que o Alex ganhou de Natal da cunhadinha tinha um mapa, então não precisamos voltar para casa...
Descemos na estação Powel Street, e rumamos de BONDINHO (Cable Car) para a Região escolhida. Durante o caminho outras pessoas vão subindo no Bondinho e ele acaba se transformando em uma lotação. Chegamos na Região do Fisherman's Warf e decidimos ir conhecer a praia, uma região próxima da Golden Gate. O dia estava quente, a praia é gostosinha, mas quem estava na água mesmo eram os cachorros. A água devia estar muito gelada! No caminho de volta para a região dos Fisherman's Wharf, numa praça, perto do ponto dos Bondinhos, tinham alguns artistas que desenhavam a gente por 3 dólares e em 3 minutos (achamos que ele gastou mais que isso, mas...). Fizemos o nosso retrato, mas não gostamos do resultado final, afinal não parece a gente (vejam nas fotos do passeio). Seguimos passeando, muitas lojas, muitos frutos do mar para comer, muitos shows de rua, muitos barcos para visitação. Decidimos almoçar no Bubba Gump (filme Forest Gump), mas estava muito cheio, tinha fila de espera, acabamos desistindo. Comemos em outro lugar, a Deh pediu popcorn shrimp (CAMARÃO frito) e o Alex até experimentou, mas acabou preferindo comer batata frita. É estranho almoçar por aqui, é difícil encontrar restaurante com lugar para sentar. As pessoas comem na rua. Encontramos um banquinho perto dos barcos no píer e uma ave ficou de olho no nosso almoço. Continuamos o nosso passeio a pé e fomos conhecer a famosa Lombard Street, considerada uma das ruas mais sinuosas do mundo. Seguimos para a Union Square e suas Big Lojas (Tem uma foto da  Macy's no álbum, para os que não conhecem não é um Shopping é uma única loja com uns 7 ou 8 andares, a da Levi's tem 4 andares, a da Nike 4 andares, nessa região a maioria são Big Lojas) e depois voltamos para casa. No caminho de volta um susto, teve um briga de murros e pontapés no nosso vagão do BART, mais precisamente no banco que estava na nossa frente. Sorte que dá para trocar de vagão com o Metrô andando e fizemos isso rapidamente. Para os que acham que iremos voltar gordinhos, só no sábado caminhamos cerca de 15 km.
Clique aqui para acessar as fotos do passeio.
Domingão foi dia de descansar as pernas, ficar em casa e lavar roupa. O Alex assistiu o Corinthians ganhar do Palmeiras e depois o Super Bowl e a Deh estudou, praticamente, o dia todo – ao menos tentou. Alguma novidade nisso? Descobrimos que o Arroz que compramos aqui no mercado é proveniente do Brasil – deve ser por isso que ficou tão gostoso!
Observações do Final de Semana:
- Americano adora um Parque (e parque para eles é um gramadão), é inacreditável, é gente jogando FA, correndo com o cachorro, lendo, jogando frisbee, fazendo pic-nic (farofada), etc;
- Nunca achamos um WC quando estamos com vontade;
- Tem mais Starbucks e Subway do que McDonald's;
- É muito estranho lavar roupa nessas "Coins Laundry", 32 maquinas de lavar, 32 secadoras e muita gente lavando roupa. Não iremos acostumar com isso tão cedo.
Para nós que estamos aqui longe de nossos amigos e famílias é muito gratificante saber que vocês estão lendo o nosso Blog e acompanhando nossas histórias (trágicas ou engraçadas) e nossas notícias. Sentimo-nos um pouco mais próximos. Comentem os nossos Posts, façam isso sem vergonha alguma. Desde que criamos o Blog, há 19 dias, foram efetuados acessos de oito países diferentes. São eles: Brasil, EUA, Inglaterra, Austrália, Eslovênia, Argentina, Holanda e Nova Zelândia.
Ótima semana a Todos!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

The Man In The Books



Desde meus anos iniciais na escola escuto dizer que há uma grande diferença entre a nossa educação no Brasil e a educação nos chamados países de primeiro mundo. Não me lembro ao certo quem me contou essa experiência. Na verdade, me parece que foi contada por mais de uma pessoa. A história é mais ou menos a seguinte: fulano foi estudar fora e se esforçou ao máximo para dar conta de toda a leitura para a aula da disciplina que estava cursando. Foi um comportamento diferente do que estava acostumado (já que no Brasil, quem é mesmo que faz as devidas leituras antes das aulas?). Quando chegou para a aula a realização de tantas leituras não se mostrou apenas natural entre os “nativos”, como os alunos, em geral, aparentaram ter realizado muitas outras complementares. Detalhe: como aluna essa história sempre apareceu como uma crítica aos estudantes em sala de aula.

Tendo em vista meu “conhecimento prévio” da situação, não foi uma grande surpresa encontrar exatamente esse setting nas aulas que tenho assistido. Há, por outro lado, uma característica muito peculiar nessas aulas que me deixou admirada: elas são, no mais íntimo sentido da palavra, construídas coletivamente. Nada parecido com o que vivi em qualquer sala de aula durante os meus 24 anos de bancos escolares. O mais próximo disso seria o que conheço como brainstorming, mas com a consciência reflexiva como principal característica – o que talvez contradiga a base da técnica admirada pelos publicitários.

Imaginem um lugar em que alunos e professor se envolvam em uma postura de questionamento recíproco até o ponto em que o pensamento se emancipa e pronto: a aula está construída. É claro que isso não é possível em salas lotadas, mas em reuniões que aqui eles chamam de seminários. Também não é possível com leituras inacabadas (ou não iniciadas), com falta de livros, com a falta da cultura de possuir livros. Outro fato me intrigou: absolutamente todos os alunos estavam com os livros em posse. Digo, os livros de verdade. Não cópias ou coisas do tipo. Embora Berkeley tenha uma loja de cópias praticamente em cada esquina, embora as cópias sejam relativamente baratas (cerca de 3 cents por folha), as pessoas simplesmente compram todos os livros utilizados em todas as disciplinas. E os lêem.

Além do próprio hábito da leitura, há mais duas questões – de ordem econômica – a considerar:
1. Livros aqui custam, no mínimo, a metade do que no Brasil;
2. O salário mínimo aqui é de USD 1.256,66.

Ou seja, proporcionalmente, há aqui muito mais condições para o desenvolvimento não apenas do “hábito” da leitura, mas da valorização do que ela é capaz de fazer com você – ao menos no ambiente acadêmico. Se devo me adaptar, que seja no que há de melhor a se espelhar. Se é para consumir, que sejam livros! Os meus chegam segunda...

“Livros não mudam o mundo,
quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.”
Mário Quintana


PS: A foto do início da postagem é de uma escultura de Andre Martins de Barros, chamada "The Man In The Books". Foi retirada do site: http://www.foundshit.com/books-man-sculpture/

Trágica ou Cômica??? Situação complicada...


Na última segunda-feira fui ao mercado comprar um vinho e um saca rolha, até ai algo super comum. Quem nunca comprou um vinho no mercado. Chegando ao mercado comecei a escolher o vinho, queríamos um vinho Californiano para experimentar, tínhamos lido que eles são muito bons (e são mesmo). Escolhi o vinho, encontrei o saca rolha e me dirigi ao caixa. Ai que a história começa a mudar.
Esperei um pouco na fila, pois tinha uma mulher com o carrinho cheio (aqui não existe caixa rápido), nisso se formou uma fila maior atrás de mim, umas 4 ou 5 pessoas. Chegou minha vez, entreguei meus 2 produtos ao caixa, um homem asiático, e fui um pouco para a frente, esperar ele passar os produtos e colocar na sacola. Ele passou o vinho e disse algo:
Caixa - $%¨&%¨**&¨%$$ (não entendi “lhufas”)
Como não entendi nada, apontei para o saca rolha, dizendo que eu também queria aquilo. Ele disse algo de novo:
 Caixa - $%¨&%¨**&¨%$$ (não entendi “lhufas”, de novo)
Alex – Sorry, I don’t undestand (Desculpe, Eu não estou entendendo)
Caixa - $%¨&%¨**&¨%$$ (Eu (achei) entendi o final, ID)
Pensei que ele queria algum documento, algum cartão e disse:
Alex – I’m Brazilian, I don’t have USA documents
Ai um rapaz e uma mulher da fila começaram a falar também, pois viram que eu não entendia, comecei a ficar nervoso. Todos falavam comigo e eu não entendia, comecei á suar frio, os  segundos pareciam eternidade, quando o caixa diz algo novamente:
Caixa: - How about you? (Como você esta?) – Foi o que eu entendi, mas na verdade ele disse – How old are you?
Pensei, vou dar um murro nesse cara, eu não entendendo nada e ele pergunta como eu estou, China maldito! O rapaz da fila falou comigo e FINALMENTE consegui entender a palavra AGE.
O caixa queria saber a minha idade, pois achou que eu pudesse ser menor que 21anos, eu disse minha idade, mostrei meu passaporte, paguei e fui embora. PUTO da vida, chateado, pois não conseguia entender o que as pessoas falavam. Puta situação constrangedora.
Mas depois de alguns dias, você pensa sobre isso e começa a rir, pois foi cômico Mas o mais complicado é pensar que toda a confusão aconteceu por que não entendi a primeira pergunta do caixa, que foi – your age? Tão simples quanto ir ao mercado comprar vinho.