segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Aniversário de Namoro - 10 ANOS


Uma década atrás ou 10 years ago começávamos a namorar, uma garota sonhadora com os seus planos definidos e um rapaz sonhador, mas que não sabia o que queria da vida. Muitas pessoas, principalmente no início, não acreditavam nesse namoro, algumas pessoas eram, declaradamente, contra a esse namoro, mas cá estamos nós JUNTOS 10 anos depois.
Ao longo desses 10 anos juntos construímos nossos caminhos, às vezes em direções opostas, mas aos poucos fomos moldando nossos planos, nossos sonhos, nossos caminhos e conseguimos seguir em uma única direção. Por muito tempo estivemos distantes em kilometros, mas grudados em sentimentos. Afinal foram anos e anos morando em cidades separadas, nos encontrando apenas em finais de semana, muitas vezes de 15 em 15 dias, mas cá estamos nós JUNTOS.
Muitos de vocês que estão lendo, fazem parte dessa história, direta ou indiretamente, muitos têm histórias para contar, sejam elas boas, ruins, tristes ou alegres. Muitos não me conhecem pessoalmente, só pelas palavras da Déh (O que ela fala de mim?), outros não a conhecem pessoalmente, só pelas minhas palavras, mas vocês fazem parte dessa história. Sou muito grato por ter ao nosso lado (mesmo separados em milhares de kilometros) pessoas que se preocupam conosco, que se importam conosco e que nos querem JUNTOS. OBRIGADO.
 Não posso deixar de dedicar um trecho deste post, única e exclusivamente, a Déh que é O MEU GRANDE AMOR. Pequena, esses 10 anos se passaram, nós mudamos muito, mas aquele sentimento que começou em 31 de Janeiro de 2001 continua aqui, dentro do coração, só que muito mais forte e muito maior. Seguiremos sempre JUNTOS, nessa aventura maluca que é a VIDA, enfrentando os desafios que ela nos impõe, dia após dia, mês após mês, ano após anos, para sempre. Obrigado por acreditar sempre em mim e estar sempre ao meu lado, seja nos momentos ruins ou nos bons momentos. Quero compartilhar minha vida com você para sempre.
 I love you so much.
TOGETHER FOREVER!

“ É força antiga do espírito
Virando convivência
De amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar
E não pensar em nada...”

domingo, 30 de janeiro de 2011

Cloudy Weekend / Final de Semana Nublado...


Os nossos planos de passeio para este final de semana foram pro beleléu quando verificamos a previsão do tempo, FRIO e CHUVA . Paciência. Ficamos de molho em casa no sábado pela manhã (dando uma olhada nos anúncios de emprego aqui em Berkeley, me deparei com um anúncio para doar sêmen, 100 dolares por doação, e pode doar 2 vezes por semana - 800 dolares por mês -, quem sabe esse não será meu 1º futuro emprego aqui... kkkkkkkkkkkkkkkk), a tarde fomos conhecer um shopping aqui próximo, 6km para ir e 6km para voltar, caminhadinha básica (Para quem acha que iremos ficar gordinhos, 12km de caminhada. Tá bom?). Nos perdemos na ida (esqueci de levar o mapa com o caminho), enfretamos frio e garoa, mas chegamos. Experimentamos pela primeira vez o famoso “American Hot Dog”, mas achei bem meia boca, prefiro o “Brazilian Hot Dog”. Resistimos (mais uma vez) a essa sociedade consumista americana e voltamos para casa sem sacolas de compras...rs...

Encontramos o mais próximo do Café Brasileiro, um NESCAFÉ Tradição... Achamos em um Mercadinho Mexicano aqui perto de casa, que estava tocando o "Rei" Roberto Carlos em Espanhol... Vixi Maria!  
Domingão amanheceu chovendo e com o céu bem carregado, tiramos a manhã para estudar. Déhzinha lendo Adorno em inglês e eu tentando aprender inglês (Será que um dia conseguirei ler um livro tão difícil em inglês?). Me aventurei na cozinha na hora do almoço, fiz Arroz e Salsicha refogada com vegetais e molho de tomate, junto com o feijãozinho da Déhzinha...Huuuuuuuummmmmm... SUPIMPA (como diria a Déh). Déhzinha voltou ao trabalho (Dá-lhe Adorno) e eu fui assistir o jogo do Corinthians pela Internet, que paciência e dificuldade. [Comentário esportivo – Joguinho meia boca, mas com um golaço de Cachito Rámirez (Valeu o esforço para assistir). Resultado final 2 x 2 contra o Poderoso Bernô.] O tempo deu uma melhorada, o sol apareceu no final da tarde e cansados de ficar em casa, enfretamos o frio e fomos observar o pôr do sol na Marina aqui de Berkeley, linda paisagem, com direito a Golden Gate ao fundo. Estava “mó friaca” e tinha um maluco praticando Stand-up Surf na Baia de Berkeley, definitivamente o cara era MALUCO. Voltamos para casa e cá estou eu escrevendo esse post e a Déhzinha, novamente, lendo Adorno.

Clique aqui para visualizar as fotos do nosso passeio a Marina de Berkeley.

Amanhã (31/01) será um dia MUITO especial, completaremos 10 anos de Namoro, 10 anos Juntinhos...

Ótima semana a Todos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sê inteiro


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
(Fernando Pessoa)


Há alguns dias recebi de um amigo uma mensagem no facebook. Ele dizia, entre outras coisas, que eu estou “maravilhada com tudo a minha volta”. De certa forma, ele está certo. Estou maravilhada com a possibilidade de estar aqui inteira, aberta a todas essas experiências – no que tem de alegre e de sofrido. Algumas vezes, na ânsia de passar essas experiências por textos e fotos, até mesmo momentos “trágicos” aparecem como hilários (e realmente o são, ao final das contas – ou não).
Em minha última postagem descrevi com entusiasmo e alegria meu primeiro encontro com o orientador daqui e minha primeira aula. De lá pra cá passou uma semana, a vida vai entrando no ritmo, vamos vivendo o que já se parece com o cotidiano – ainda que com muitas descobertas diárias.
Além da disciplina com o prof. Jay, estou fazendo outra – de segunda-feira – com o prof. Robert Kaufman.  Essa sim foi uma surpresa muito agradável.  Fui a sua primeira aula, pra desencargo de consciência, verificar a possibilidade de assistir o curso como ouvinte. Digo isso, porque as exigências para participar do curso, conforme consta na ementa, são enormes (algo como já ter lido todas as obras na história da filosofia, mais algumas coisas na área de artes e estética).  O prof. Kaufman se mostrou também muito atencioso e abriu as portas de seu curso para mim. Mais uma vez, adorei a aula. Assunto: estética em Adorno. E, para minha surpresa (que ingenuidade!), há mais proximidade entre as reflexões sobre a estética e aquelas sobre a ciência e a pesquisa empírica do que eu supunha. Digo, eu supunha algo sim, mas não algo tão claro como se revelou para mim na última segunda-feira.  
Obviamente, nem tudo são flores. Gente é gente em todo lugar do mundo. Por exemplo,  eu dava por garantida a possibilidade de assistir um curso sobre Educação e Teoria Crítica - já que tenho mestrado em educação e pesquisa em Teoria Crítica... Contudo, fui “barrada” pelo professor por não ter assistido o curso dele no semestre anterior (reflitam autonomamente sobre a irracionalidade do argumento). Mas, essa experiência não é nova - é de conhecimento de alguns o “causo” de que fui impedida de fazer uma disciplina porque não sou formada na área XXXX -, e só vale a pena ser contada para mostrar que briga de egos e picuinhas é algo realmente “sem fronteiras”. Mas também aprendemos com isso. Aprendemos, no mínimo, a como não ser - se quisermos levar para o lado pessoal - e aprendemos muito sobre a alma humana. O importante mesmo é estar perto das pessoas que valem a pena, e tenho sempre, por onde passo, encontrado muitas desde cedo.
E por falar nisso, outra surpresa muito agradável foi minha professora de inglês que conheci hoje. Estou fazendo aula de conversação. Uma senhora aposentada, que fora professora na UC Berkeley. Uma delícia de conversa! Sobre tudo: minha pesquisa, minha formação, receitas de panela de pressão – contei a ela minha felicidade em ter adquirido uma ontem e ela, surpresa, disse que nunca na vida cozinhou em uma e nem sabe onde comprar uma aqui! Também falamos de passeios, política, clima, desemprego nos EUA e emprego no Brasil etc, etc...
Em meio a tudo isso, em uma cidade “cabeça aberta”, multicultural e repleta de oportunidades, tenho encontrado um ambiente propício e inspirador em todos os sentidos. Por falar em inspiração, a foto abaixo é de uma das bibliotecas da UC. Como disse o Alex: “Até dá vontade de estudar!”.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

LEIAM COM ATENÇÃO


Vou iniciar este post com uma lição para vocês que pensam em vir para a terra do Tio Obama – “Quando for comprar algo LEIAM COM ATENÇÃO”
Fomos ao mercado comprar algumas coisinhas, que precisamos para a casa, entre elas leite e manteiga... MILK = Leite e BUTTER = Manteiga. Que coisa mais fácil, neh? Então, acabamos voltando para casa com Margarina e Leite de Soja... :S
Na margarina estava escrito bem grande “BUTTER”, mas em cima estava escrito “Incredible, It`s Not” (Inacreditável, Isso não é) e o leite não reparamos no detalhe do SOY (Soja) antes do MILK. Acontece. É incrível como nesse país alguns produtos mostram em suas embalagens o que eles não são, ao invés de dizer o que são de verdade.
Meu curso de inglês teve início ontem (24/01), serão 5 dias por semana e 3 horas por dia. Na minha classe têm cerca de 20 pessoas, de diferentes países (só eu de brasileiro), muitos asiáticos, africanos e mexicanos.  Durante a primeira aula, tive a vontade de sair correndo, pois não entendia quase nada do que as pessoas falavam, mas “I Survived”.  Em minha segunda aula hoje as coisas foram mais fáceis, entendi mais o que as pessoas falavam e consegui estabelecer alguns diálogos, mesmo que algumas vezes eles fossem bem confusos.  Espero que tudo continue melhorando.
Finalizando este post não posso deixar de citar o aniversário da MINHA QUERIDA SÃO PAULO, Terra da Garoa... Parabéns pelos seus 457anos... É impossível não gostar da Avenida Paulista e seus arredores, da feirinha da Praça Benedito Calixto, dos Teatros, Museus, Parques... Eu não resisti à loucura dessa cidade, voltei pro interior, mas ainda pretendo voltar a morar nessa famosa SELVA DE PEDRAS, afinal “Alguma coisa acontece no um coração, que só quando cruzo a Ipiranga e a avenida São João...”

domingo, 23 de janeiro de 2011

First Weekend in USA (Together)



É esse foi o nosso primeiro final de semana JUNTOS nos USA. Decidimos então passear um pouco, escolhemos ir a San Francisco no sábado e no Botanical Gardens (UC Berkeley) no Domingo.

Acordamos no sábado de manhã (não tão cedo) e nos preparamos para o primeiro passeio, decidimos que iriamos explorar as areas do South of Market e Union Square em San Francisco.  Saímos de casa, entramos na estação do BART (Metro da Bay Area) e SURPRESA!!!! Esqueci o Memory Card da Camera Digital (CARAIODEMERDADEMEMORIA).

Andamos horas procurando esse cartão de memória, nenhuma loja tinha e quando achamos era o mais caro, compramos e boa. Depois de conseguir achar o Memory Card fomos conhecer o Yerba Buena Gardes, um complexo de Jardins com diversas atrações, muito bonito o lugar. Tem uma Carrosel, mas a Déh não quis ir comigo.

Almoçamos uam BIG PIZZA de QUEIJO e fomos conhecer a região da Union Square, região boa para quem quer fazer compras, como não era esse o intuito do passeio, passamos rápido por ali e fomos para Chinatown, passamos por Chinatown e chegamos a North Beach (região dos italianos), quando estávamos indo rumo ao Fisherman's Warf, avistei o Telegraph Hill e decidimos subir, mais caminhada e escadas. Lá em cima a vista de San Francisco é Maravilhosa, você ve tudo, muito lindo, mas a baterria da camera começou a arriar. :S (Esqucemos de carregar a noite)

Decidimos deixar para outro dia a visita ao Fisherman's Warf, pois já estava tarde e descemos até os piers mais próximos e caminhamos ao lado da Baia de San Francisco.

Quando retornamos a Berkeley comprei meu CHIP dos STATES.

No domingo acordamos com as pernas cansadas, pois caminhamos demais no sabado, e fomos conhecer o Botanical Gardens, na UC Berkeley... PQP que lugar longe da peste... Andamos MUITO, subimos MUITO, mas chegamos... E quando chegamos, vimos que não é uma boa idéia ir a um Jardim Botânico no inverno :S...

Tem pouquíssimas flores e o resto esta seco...rs... Andamos bastante,bconhecemos ele quase que inteiro, e voltamos caminhando, caminhando, e caminhando... HAJA PERNA.

Ligamos para nossas Familys em São Pedro (Bendito Skype)... Foi bom conversar com vocês...

As fotos dos passeios deste final de semana estão abaixo:
San Francisco
Botanical Gardens

Otima Semana a TODOS... Amanhã inicia minha aulas de inglês.

OBS: Tinha descrito os passeios com detalhes, mas o texto estava muito longo e decidi resumir.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tão perto e tão longe...


É bem conhecida a tragédia dos mocinhos que se desencontram pela simples impossibilidade de comunicação.  Willian Shakespeare retratou o auge dessa tragédia no clássico “Romeu e Julieta”. O plano era um encontro para que, juntos, fugissem e fossem felizes para sempre. Mas quem disse que o recado foi recebido? O resultado da falta de comunicação foi o suicídio do casal apaixonado.
Hoje foi minha primeira aula na UC Berkeley. Finalmente conheci meu orientador, Prof. Martin Jay, pessoalmente. Antes da aula tive uma reunião com ele. Sua primeira preocupação foi saber se eu estava bem instalada e minimamente adaptada em Berkeley. Me deu várias dicas: desde livros para ajudar na minha tese, a passeios na região da Califórnia.
A aula foi excelente. Tudo muito tradicional, inicialmente – chamada, apresentação do cronograma da disciplina, introdução do assunto. “Razão e Crítica” é o nome da disciplina. Duas foram as citações que introduziram o assunto: “The concept of reason from the very beginning included the concept of critique” (Max Horkheimer) e “Reason has always existed, but not always in a reasonable form” (Karl Marx). Seguiu-se daí a discussão do conceito de razão – que não cabe aqui descrever, não é mesmo? O que quero dizer é que me senti totalmente “em casa”.
Finda minha primeira aula, alegre e com horas do dia ainda para aproveitar, fui encontrar o Alex no “local combinado”. Foram duas horas e meia de espera. Escureceu. Esfriou. Veio a sede e a fome, mas não veio o Alex. Onde ele foi parar? Teria se perdido em Berkeley? Teria ido desbravar ruas distantes? Teria simplesmente se esquecido de sua amada? – é nessa hora que a tragédia, nos antigos romances, aconteceria!
Mas, em época de internet, celular e afins, como não se comunicar? Pois é, meu celular e o dele não se comunicam. O dele só recebe SMS, o meu só faz ligação (nos EUA os pacotes são comprados à parte e eu não me dei conta. O telefone dele ainda é o do Brasil e está sem créditos)... e agora? 6 da tarde por aqui, meia noite no Brasil e decido chamar ajuda. Pais ficariam desesperados. Restam os irmãos. Celular da Bia: caixa postal. Celular do Fred: não atende!! É, os deuses resolveram se divertir um pouco às nossas custas! Meia hora tentando, e minha irmãzinha linda do coração finalmente atende – cochichando (acho que atrapalhei algo). Graças a essa “ponte” com o Brasil, pude voltar, finalmente, pra casa. Pedi pra Bia enviar uma mensagem ao Alex, avisando. Mas ele retornou a mensagem pra ela, dizendo que ele estava me esperando no lugar combinado!!
Bem, estávamos a 100 metros de distância e não nos encontramos. Entendemos lugares diferentes. A bela foto acima foi tirada por ele, enquanto me esperava – e quem está na foto?? É, ele não me viu!!!
Moral da história: Alex, vá já colocar um chip americano nesse celular!!!


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Se ajeitando...


Os dias vão se passando e as coisas vão se ajeitando, hoje fiz o 4º (e ultimo) teste de nível na escola de inglês, mas ainda não sei qual o nível que serei classificado, mas sei que minhas aulas começam na próxima segunda feira a tarde. No teste de hoje, pelo menos 60% da turma era asiático, tem muito nessa região...

Já enviei a documentação para o Governo Americano, solicitando a autorização para eu poder trabalhar legalmente, eles tem até 5 meses para responder, mas espero que venha antes... Enquanto isso, vou estudando inglês e melhorando o mesmo. Se meu inglês estiver razoavel daqui 1 mês, é posspivel que eu tente trabalhar como voluntário em escolas de informática para a 3º idade.

Amanhã (sexta-feira) a Déh terá a primeira reunião e primeira aula na UC Berkeley, com o Profº Dr. Martin Jay...

A cidade é muito agradável e o povo muito educado, depois de passar 1 ano aqui, acho que morrerei atropelado no Brasil, aqui você parou para atravessar, TODOS os carros param, seja em rua ou em avenida, em horário de pico ou não... Pedestre e ciclistas são respeitados... E tem prioridade...

Hoje eu e a Déh tomamos uma surra do forno, mas conseguimos vencer a batalha e assar os nuggets...rs...

A foto ai de cima foi tirada na quarta, de uma das ruas da UC Berkeley, bela vista da Golden Gate...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Suddenly Califórnia



"De repente, não mais que de repente..." disse o poeta Vinicius de Moraes, a respeito de um grande amor que se desfez. E essa história não começa de forma diferente. É preciso que algo se desfaça para que o novo aconteça, sem deixar de trazer consigo a memória e o melhor daquilo que se foi. É o ciclo da vida. É o desenrolar da história, seja universal, seja a nossa em particular.

Tudo começou com uma insatisfação. Com uma sensação de que a vida poderia ser mais bem aproveitada, de que meu trabalho poderia ser desenvolvido para além do que, naquele momento, estava me parecendo óbvio. O cotidiano estava cinzento demais, e a morte - eterna companheira dos que vivem - tornou tudo confuso e claro: era preciso ser mais.

Ser mais significa arriscar. Significa ir além do que está dado. Significa se responsabilizar. Ousar. Ousar saber, diria Kant, o filósofo prussiano. Mas é sempre tudo tão racional? Muito pouco, atualmente, eu diria. Foi com razão e desrazão que redigi uma curta mensagem eletrônica para um grande pesquisador da Universidade da Califórnia, Berkeley. Ali descrevi, em linhas gerais, meu trabalho - que trata de uma pesquisa que fora desenvolviva na UC Berkeley em 1945 - e perguntei se havia algum arquivo ou documento que poderia me interessar nessa Universidade. A resposta veio no dia seguinte: "gostaria de discutir seu projeto com você, você poderia vir na primavera de 2011?"

Era fevereiro de 2010. Uma luta diária começou para tornar possível um "sim": qualificação da tese de doutorado, redação de projeto para a CAPES, pedido de bolsa, TOEFL, aprovação pela UC Berkeley, visto americano. Foram tantos os desafios que, se sabidos anteriormente, provavelmente me fariam pensar que não existiriam forças. Houve dias em que desistir parecia a possibilidade mais plausível. Seja pelas milhares de taxas que brotavam para serem pagas, pelo medo de não ser capaz, pelo olhar invejoso do outro. O medo era de todas as possibilidades: de conseguir e de não conseguir - dizia eu todos os dias para o Alex.

Conseguir significava uma vitória. Uma conquista individual e uma superação. Mas significava também a distância, com a qual será que teríamos capacidade de lidar? Não conseguir era a decepção, mas era continuar no conforto do desde sempre o mesmo. Era a certeza - se podemos dizer que há certezas assim - de estar definitivamente perto.

Passo por passo, dia após dia, os resultados foram aparecendo no decorrer de 2010. Terminei o ano cansada, esgotada, mas com a certeza de que o verdadeiro motivo de tudo isso está apenas começando. Os desafios - muitos, com certeza - ainda estão por vir. Quanto aos medos... fico com a vitória e com o definitivamente perto. Vitória dupla, na reta final.   De repente, não mais que de repente...