terça-feira, 31 de maio de 2011

Um dia para lembrar


www.anniemayhem.com


Memorial Day, 30 de Maio. Feriado nacional nos Estados Unidos, esse é um dia para se lembrar dos assim chamados heróis de guerra. Daqueles que lutaram e morreram em busca de liberdade e por seu país, aqueles que morreram pela vida (ou acreditando nisso, ao menos). É um dos poucos feriados que passamos aqui em que a maioria dos estabelecimentos encontrava-se fechada. O que fizemos nesse dia? Um típico passeio americano, adequado à data: fomos conhecer o USS Hornet, um navio porta-aviões utilizado em muitas guerras, entre as quais a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnam – também utilizado em missões espaciais como a Apolo 11. 

O USS Hornet está atracado na cidade de Alameda, da qual Berkeley é distrito. Ele foi transformado em um Museu. Eu não imaginava que veria uma testemunha das grandes guerras de tão perto. O navio é algo monstruoso, em tamanho, porte, organização e possibilidades. Primeiro fizemos um “tour” pela parte de dentro. Exploramos como quem não é convidado e vai passando pelos corredores a descobrir os caminhos do que mais parece um labirinto mal-assombrado. Passamos por quartos, banheiro, cozinha, enfermaria, escritórios. Tudo cheio demais de vida – e de morte, ao mesmo tempo. Foi a parte que mais me assustou. É como se eu estivesse vendo o cotidiano daqueles moços, como se alguns tivessem acabado de se levantar, outro saído da enfermaria e algum deixado um livro aberto no escritório... Pensando bem, não é um passado tão distante assim.

Como era um dia especial, houve um discurso em honra aos oficiais de guerra que morreram em combate. Os oficiais presentes falavam em memória, em não deixar-se esquecer daqueles que lutaram pela liberdade, em ensinar às crianças os valores americanos pelos quais muitos lutaram. O Memorial Day, contudo, sequer se lembra dos massacres das guerras – eu diria que é um dia de memória seletiva. Bem, se memória é essencial para não se cometer os mesmos erros do passado, o que dizer desse tipo de comemoração? Verdade verdadeira, é um feriado claramente feito para reforçar ainda mais o patriotismo e a ideologia americanos.  Famosa é a asserção de que não existe socialismo em um único país, concluo aqui que a democracia padece do mesmo mal.

Depois do discurso, fizemos um “tour” guiado na parte de cima do Navio, onde só se pode ir com guia. Os guias são militares aposentados – muitos serviram ali mesmo, no USS Hornet. Nosso guia era um piloto de aviões muito orgulhoso de seu ofício.  Na cabine de controle, ele fez questão de nos explicar os procedimentos de pouso e decolagem. Enfatizou a organização e a padronização dos procedimentos tão importantes para a eficiência que alcançaram. Segundo ele, conversas apenas existiam quando algo de errado tinha sido feito – do contrário, ninguém precisava abrir a boca, cada um sabia seu lugar, o que, quando e como fazer, e os procedimentos eram “cirúrgicos”.  Duas ocorrências, contudo, quebraram o “decoro” da situação:  as crianças subindo e descendo da poltrona do comandante com a alegria que só elas encontram em um lugar sombrio como aquele, e um velho tripulante que, quando indagado pelo nosso piloto sobre suas histórias no navio, simplesmente respondeu: “Não tenho história alguma para contar”. 

Clique aqui e veja parte do que vimos.

sábado, 28 de maio de 2011

Highway 1 e 17 Mile Drive



A Highway 1, conhecida também como California State Route 1, é uma das estradas mais famosas dos Estados Unidos e uma das mais belas também. Ela tem, aproximadamente, 1056km e corta a maior parte da costa sul da Califórnia.

Nós passamos por, aproximadamente, 1/3 dessa magnífica estrada e constatamos com nossos próprios olhos a beleza dela. É impossível dirigir por alí e não parar para admirar as paisagens e para tirar fotos (muitas fotos). A maior prova disso é que uma viagem que era para durar, mais ou menos, 2 horas e meia, acabou durando mais de 6 horas. Na ida nós tivemos tempo nublado durante toda a viagem, São Pedro não colaborou com a gente e o sol não apareceu, mas isso, em momento algum, tirou a beleza da viagem.

Dirigir quilómetros e quilómetros ao lado de penhascos e com o oceano pacífico ao lado, não tem preço. Simplesmente, excitante e deslumbrante. Uma viagem que recomendo a todos. Acredito que deva ser muito bom fazer essa viagem de moto, pois cruzamos diversas vezes com motoqueiros na estrada. Cruzamos também com ciclistas, muita gente faz essa viagem de bike. Coisa de louco...rs... Mesmo porque, são muitas subidas e descidas e muitas curvas sinuosas. Muitas vezes a velocidade máxima permitida não passa de 25 milhas por hora.

Um fato curioso é que algumas das praias que paramos nesse percurso fecham em determinado horário, elas têm períodos de funcionamento, abertas de tal hora a tal hora (normalmente poucos minutos após o pôr do Sol) e têm banheiros unissex. Algumas você pode acampar e em outras não, algumas cachorros podem entrar e em outras não. A maioria tem uma placa com as informações e regras para o uso.

Outro percurso que fizemos de carro e valeu a pena foi o 17 Mile Drive. Este percurso fica entre as cidades de Carmel e Monterey e consta com 21 pontos interessantes para visitar. Para adentrar a essa estrada é necessário pagar $9,50 por carro, se fizer de bike é grátis. Ele conta com diversos pontos interessantes, como The Lone Cypress, Pescadero Point and Bird Rock, mas também tem vários pontos que a propaganda é muito maior que o produto final. O Bird Rock é uma grande rocha onde vivem leões marinhos, focas, gaivotas e outros animais, bem próxima da praia, e o Lone Cypress é uma arvore bi-centenária, solitária em uma rocha na encosta da praia, próxima ao mar. Dentro do perímetro da 17 Mile Drive existem diversos campos de golf, restaurantes e hotéis. Vale a pena fazer esse passeio também.

Na minha opinião o mais triste é não poder usufruir das praias, algumas vezes porque são inacessíveis, outras porque só têm pedras, mas muitas e muitas vezes porque o tempo não ajuda. Oh terra pra fazer frio e ventar, nunca vi coisa igual!

Clique aqui para ver as fotos da Highway 1 e Clique aqui para ver as fotos do 17 Mile Drive.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Um pouco mais ao sul - Big Sur



"o rosto da Terra com a aparência que o Criador desejava que ela tivesse" - Henry Miller

O Big Sur é uma região imensa na costa central da Califórnia, com 9 parques estaduais e um parque federal. Parques esses que protegem a fauna e a flora, mantendo a natureza, praticamente, intacta. O Big Sur abrange 140 km da Highway 1, entre Carmel e San Simeon, mas conta somente com 996 moradores, segundo o Censo Americano de 2010.

Nós visitamos 3 dos 10 parques que existem no Big Sur: Carmel River State Park, Pfeiffer Big Sur State Park e Julia Pfeiffer Burns State Park.

O Carmel River State Park é, pura e simplesmente, uma pequena praia, muito bonita, mar de águas claras, mas nada a mais que isso. Curiosamente, descobri hoje, ao escrever esse texto, que a praia em que paramos era esse "State Park". Pelo que percebemos até aqui, todas as praias são consideradas "State Parks" aqui na Califórnia.

Nosso segundo ponto de parada foi no Pfeiffer Big Sur State Park, mas na verdade, achávamos que estávamos no Julia Pfeiffer Burns State Park (nossa terceira e última parada). O tempo não ajudava, estava frio e garoando, pegamos uma trilha para as "Pfeiffer falls" e seguimos montanha acima, montanha abaixo, com muita lama, pedras e vento. Depois de muita aventura, uns 3km percorridos e cansaço, chegamos no nosso destino, na cachoeira, e nesse momento, nos demos conta que não estávamos no lugar que pensávamos estar (vocês podem imaginar a felicidade da minha esposa com isso, né?).  Mas já que estávamos ali, de férias e com tempo, seguimos por uma outra trilha, para admirar a paisagem, mas o tempo continuava a não nos ajudar, e conseguimos admirar pouca coisa. Voltamos para o carro e para o Centro de Informações, e descobrimos que a cachoeira que gostaríamos de ver, era na verdade, em outro parque. Nos confundimos, por que ambos os parques tem "Pfeiffer" no nome (PRESTA ATENÇÃO ALEX!!!).

Seguimos viagem por mais 20 km na belíssima Highway 1, para finalmente chegar onde queríamos: Julia Pfeiffer Burns State Park. Um pouco antes de chegarmos ao nosso destino mais desejado, São Pedro deu uma forcinha, o céu abriu, ficou azul e o sol esquentou a nossa tarde, mas nada de calorão, continuava ventando muito, isso sim. Ao adentrar à trilha e avistar a cachoeira caindo na areia da praia, com todo aquele cenário paradisíaco, fiquei admirado, paralisado por alguns segundos. Lembro de ter sentido isso, somente, nos Lençóis Maranhenses, após subir a duna e avistar toda aquele paisagem deslumbrante. Minha vontade era descer na praia, mas provavelmente, eu iria precisar dos bombeiros para conseguir subir de volta... ha ha ha... Melhor não arriscar. Ficamos horas admirando aquele paraíso, e buscando os melhores ângulos para fotografar cada detalhe desse paraíso, mesmo que para isso fosse necessário pular algumas cercas e ir em locais proibidos...rs...

Clique aqui e vejas as fotos desse passeio.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Santa Cruz, Monterey e Carmel by the sea…





Günther Anders, sobrinho de Walter Benjamin, descreveu uma alegoria do homem contemporâneo. Trata-se do que ele chamou de homem no banho de sol: aquele que não consegue ficar por um momento sequer sem ter grande parte dos sentidos ocupados. Imagine alguém na praia, deitado sobre sua toalha, mas, ao mesmo tempo, tomado por diversas “pseudo-atividades”: ouvindo música em seu I-Pod, lendo uma revista (hoje em dia em papel ou formato digital), queimando a pele com seu super bronzeador, etc. Santa Cruz, primeira cidade em que paramos, me fez lembrar tal alegoria. Na realidade, me fez sentir certa nostalgia desse tipo antropológico de homem. Alguém que, na verdade, é chamado aqui nos EUA, com toda naturalidade, de multitask (multitarefa). “Os jovens aqui são multitask”, diz, em tom de crítica, minha professora de inglês, que, duas semanas depois, após ser “obrigada” a trocar seu antigo celular por um I-Phone, me confessa – assustada com tanta facilidade – que se pegou checando seus e-mails enquanto esperava por um amigo em uma praça. Mas, volto à Santa Cruz e explico: Essa pequena cidade, cenário do filme The Lost Boys (1987), possui nada mais nada menos do que um parque de diversão à beira-mar, o Boardwalk. Impossível ficar parado. Ali não se vai à praia para sentir a brisa do mar e ver o tempo passar, mas sim para sentir “adrenalina” na Giant Dipper, ou como disse Arnaldo Antunes “Qualquer coisa que se sinta...”. Nesse ponto, me lembro também do Admirável Mundo Novo do Huxley (1932) que nos mostrou a administração total do tempo livre (e não livre) pela indústria em seu romance assustador e cada vez mais condizente com a realidade. Porém, engana-se quem pensa se tratar de algo novo. A fundação do parque data do início do Séc. XX (quase 30 anos antes de Huxley escrever sobre o “Mundo Novo”)...

E por falar em não ficar parado... estou sentido falta de um museu à moda antiga. Um dos cartões de visita da cidade de Monterey é o Aquário da cidade. Ah, quanta propaganda do “maior e mais conhecido aquário de água salgada do mundo”! Desculpem, mas trata-se de mais um cardápio mais saboroso que a comida! Além de não ser nada muito melhor do que o California Academy of Science de San Francisco (que tenta ridiculamente reproduzir a floresta amazônica), tem interatividade demais... e como diz o Alex... eu sou muito “monoprocessada” para essas coisas. O fato é que preciso de um tempo meu com o que é mostrado, e esse tempo não é permitido por aqui. Por outro lado, o Pier de Santa Cruz nos permite observar os leões marinhos a brincar no mar... e eu poderia passar horas e horas ali (mais interessante e barato que o Aquário). 

Das três cidades que ficamos um pouco mais de tempo, minha preferida foi, sem dúvida, Carmel. Dizem que é uma espécie de Campos do Jordão americana. De todo modo, não sei, porque nunca estive em Campos. O que sei é que Carmel by the sea, como o próprio nome diz, é uma cidade à beira mar. Mas, ela tem clima de serra (ao menos nessa época do ano). Embora eu preferisse algo mais quente, ficar nessa cidade se mostrou uma surpresa muito agradável - e mesmo com o vento gelado não deixamos de ir até a praia, deitar sobre a canga e ver o pôr do sol. Carmel é composta por muitas galerias de arte, boa comida e pessoas acolhedoras. Foi delicioso chegar à pousada no final da tarde e encontrar um bom vinho nos esperando em frente à lareira! Depois, chegar no quarto e encontrar chocolates sobre a cama! Ah, eu bem que merecia isso todos os dias!!

Fotos aos curiosos: clique aqui! :P

PS: Adorei a viagem e cada lugar que passamos e visitamos. A experiência sempre vale à pena... e a companhia ainda mais! (Em breve mais posts...).

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Final de Tarde...



Final da tarde de hoje em Carmel, CA. Depois de muitas milhas rodadas, aproveitamos o pôr do sol na praia para relaxar...

Abraços a Todos!

sábado, 14 de maio de 2011

Coisas Interessantes



- Numero de suicídios na Golden Gate
Buscando informações sobre a famosa ponte de San Francisco, me deparei com algo surpreendente. Segundo um levantamento realizado em 2006, mais de 1200 suicídios foram cometidos na Golden Gate Bridge; só em 2006 foram registrados 38 suicídios e outras 70 pessoas foram removidas antes de cometer. Devido a isso, existem placas na ponte (conforme acima mostrado) e telefones, para quem precisa de ajuda. Segundo informações que encontrei na internet, a queda de uma pessoa demora cerca de 4 segundos, e o corpo atinge a água a uma velocidade de 120Km/h, quase sempre fatal.

- Troco, até os cents
Algo bem diferente entre EUA e Brasil é o TROCO, aqui em qualquer estabelecimento eles devolvem o seu troco corretamente, não oferecem balas ou simplesmente ignoram o seu dinheiro. Aqui, se o produto custou 4,99 e você pagou com 5 dólares, irá receber 1 centavo de troco. No Brasil, se o produto está anunciado com 99 centavos, você sabe que vai pagar valor cheio, e ninguém reclama por isso. As moedas de 1 centavo no Brasil, não servem para nada. O problema é que a gente ainda não aprendeu a usá-las... estamos cheios de moedas de um cent em casa!

- Entrega dos correios
Quando chegamos aqui, fizemos diversas compras online, já que precisávamos de algumas coisas para passar o ano aqui. Preocupados com as entregas, sempre planejávamos estar em casa na hora da entrega, mas nem sempre foi possível. Um dia, para a nossa surpresa, ao chegarmos em casa havia uma caixa na porta, era um dos itens que tínhamos comprado. É gente, isso mesmo, se você não está em casa para receber, eles simplesmente deixam a encomenda na sua porta! E, o melhor, ninguém mexe. Isso ocorreu diversas vezes, e nunca mexeram. Algo INIMAGINÁVEL no Brasil.

- Direito a férias e Hora de Almoço
O famoso “American Dream” é real, e convivo diariamente com pessoas que vieram atrás dele, das mais variadas nacionalidades. Mas, algo que não podemos reclamar - se comparamos com os daqui - são dos nossos direitos trabalhistas. Aqui, pelo que conversei, para você conseguir ter 1 mês de férias no ano, você precisa ter uns 15 anos de empresa. Nos primeiros 5 anos, se contente com 1 semana, depois disso com 15 dias e se você chegar aos 15 anos, terá 1 mês. Não é regra, mas não existe uma lei federal que determine um período obrigatório de férias. Outro fato interessante é o tempo de almoço: eles praticamente não têm. Normalmente, os almoços são feitos de 15 a 30 minutos. Isso sim é "Capitalismo selvagem"!

sábado, 7 de maio de 2011

Mais vale um beijinho doce do que uma cocada mole...



São tantos os “causos” que acontecem por aqui que nem sempre a gente dá conta de compartilhar, mas esse vale a pena. Outro dia, o Alex tinha que fazer um trabalho pra escola. Deveria escolher algo do seu país para apresentar à classe. Tinha 5 dias para pensar em algo. Primeiro pensou em apresentar o significado dos símbolos da nossa bandeira, mas a pesquisa na internet – o grande oráculo do mundo “pós” moderno contemporâneo – revelou que não há um consenso (aquela história de que verde é mata e amarelo, as riquezas, dize-se pura sabedoria popular - embora eu tenha aprendido isso na escola!). Eu disse que ele poderia apresentar algo sobre futebol, já que é um esporte que ele gosta demais – não era preciso fazer pesquisa, pois ele sabe tudo sobre o assunto – e um destaque no Brasil. Ele poderia também escolher uma música, tipo símbolo nacional como MPB ou Bossa Nova. Mas, desenvolveu uma ideia fixa de fazer um doce típico...

Queria fazer brigadeiro. Porém, não sabíamos onde encontrar as forminhas. Apenas tínhamos visto nos mercados as forminhas para muffins, mas essas são muito grandes para brigadeiros! Foi aí que ele teve a ideia brilhante de fazer, adivinhem.... cocada!!

Muito bem, você que o conhece ao menos o mínimo sabe que ele não suporta coco. Eu também não entendi o porquê dessa escolha. Mas, não quis contrariar – a pessoa está passando por tantas experiências novas e quebrando tantos preconceitos, que vai que passou a gostar de coco, não é mesmo? Encontrou a receita na internet (ah, o oráculo), os ingredientes no mercadinho mexicano (torci intimamente para ele não encontrar o coco, mas foi inevitável) e lá foi ele tentar fazer a tal cocada... Parecia que tudo ia dar certo. Afinal, era apenas colocar tudo na panela - leite condensado, açúcar, margarina e coco ralado - e mexer até dar o ponto do brigadeiro, depois deixar esfriar em um local plano (mármore ou mesmo uma forma) e cortar.

No dia seguinte pela manhã, Alex foi cortar as cocadas e... estava mole demais!!! Experimentei um pedacinho pra ver se ao menos o gosto estava bom (ele não quis provar da própria cocada...) e senti um sabor conhecido, mas não exatamente de cocada. Aquilo era beijinho e dos bons! Esses mesmos de festa de aniversário. O que fazer? Para enrolar seria preciso as benditas forminhas! Resultado: ele acabou encontrando forminhas em uma loja de artigos de festa pertinho da escola dele (da qual deveríamos ter lembrado no início da história!!)  e eu o ajudei a enrolar os beijinhos.  Engoliu a comida do almoço e saiu todo atrasado e nervoso pra aula... ai ai ai essas crianças...

Se você tem uma receita de cocada que dá certo, escreva abaixo... acho que ele tomou gosto pela coisa!  Ao menos eu já sei quem será responsável pelos beijinhos nos próximos aniversários... Mr. Kisses! :P

 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Avaliação da primavera



Semana passada foi a última semana do semestre com aulas regulares na UC. Para mim, foi a melhor semana de todas. Foi o enlace dos processos que se abriram em janeiro, de todas as reflexões – tudo encontrou um sentido, embora e por bem, não as respostas. Para mim também foi importante porque foram os momentos em que mais consegui me envolver de forma ativa nas discussões, contribuir e pôr à prova o que tenho pensado a partir de tantas leituras somadas ao que eu já tinha em mim, ao invés de “apenas” surrupiar o conhecimento alheio. 

Essa foi também a semana em que eu terminei de ler o livro mais difícil que li até hoje. “Teoria Estética” de Adorno. Posso dizer que foi uma vitória. Esse é um livro que marcou minha formação muito antes de lê-lo. Era, no meu imaginário, uma espécie de “livro proibido”. Lembro-me de um diálogo em que eu, uma inocente estudante de iniciação científica, perguntei ao meu orientador:

- Mas, o que é arte?; Eis que ele me responde:

- Também não sei!; Alegre, retruco: 

- Encontrei um livro na biblioteca, chama-se “Teoria Estética”, talvez contenha a resposta! 

- Melhor não.

Não o culpem pela negativa tão enfática. Eu também não recomendaria essa leitura para um aluno de graduação – a não ser que ele fosse um gênio, coisa que eu nunca fui. Sete anos depois, descubro que minha pergunta não tem valor nenhum. Descubro também que o melhor na arte é aquilo que não pode ser capturado e que isso não significa pura subjetividade, mas subjetividade mediada: objetividade, mesmo aquela que ainda não existe. Descubro que a ciência necessita do comportamento estético para cumprir o seu papel, e que uma pergunta que ficou sem resposta no passado encontrou seu ciclo e vai me ajudar a escrever mais um capítulo da minha tese...

Mais um capítulo da tese... Terminadas as aulas, chegou a hora de tentar colocar no papel ao menos parte das coisas que estou aprendendo por aqui. Digo parte, porque nem tudo cabe ali e não é possível forçar apenas para demonstrar que se sabe ou que se leu - isso tem mais a ver com a falta do que com a completude. Parte também porque há muita coisa ainda para ser digerida. Aliás, indigestão foi um sentimento recorrente, dia após dia. Como eu escrevi em um texto no início do blog, lê-se muito por aqui, e, por isso, logo me dei conta de que toda semana eu teria que tomar uma decisão: ou lia tudo sem parar para pensar, ou lia aos poucos, fazendo anotações e refletindo (como fazia no Brasil); e aí nem sempre eu consegui chegar até o fim. Impossível fugir do mal-estar. Quando lia tudo, sentia-me nauseada. E não estou fazendo uso de figura de linguagem. O sentimento era mesmo físico, somado a uma dor psíquica: traição para comigo e para com o autor – o que dessas leituras realmente fica? O que pensaria Kant de alguém que leu sua primeira Crítica “em uma sentada”? Por outro lado, é impossível escapar do sentimento de derrota quando não se dá conta de tudo que você assumiu para consigo mesmo. A antiga questão retorna: quantidade ou qualidade? Na tentativa de unir ambas sinto-me a criança do quadrinho que leu Dostoievski.

Com todas essas contradições e talvez mesmo por causa delas, posso dizer que tudo tem valido a pena. Se meu estágio terminasse hoje, voltaria para casa contente e com uma mente borbulhante, ávida para “fazer acontecer”. Como ainda tenho bons meses pela frente, continuo por aqui aberta ao que virá. 

Figura retirada de: http://jpsblog.org/wp-content/uploads/2009/11/10-tip-reading-books-knowlegde-seo-dota-read-300x254.jpg

domingo, 1 de maio de 2011

From San Francisco to Sausalito by Bicycle

 

Clique no play para o vídeo iniciar.

Fizemos o nosso primeiro grande passeio de bicicleta. Saímos de Berkeley, fomos de metrô até San Francisco e de San Francisco fomos até Sausalito, uma cidade vizinha, logo após a Golden Gate Bridge. No total pedalamos cerca de 25km, segundo Google maps. Iniciamos nosso passeio na ciclovia que fica na orla da baía de San Francisco. Saímos do Embarcadeiro, passamos pela região do Fisherman’s Wharf e Pier 39 e algumas pequenas praias. Conforme íamos chegando próximos à Golden Gate Bridge, parávamos para tirar fotos e descansar um pouco - também fizemos um lanchinho logo antes de encaramos a travessia. A ponte é muito bonita de perto, muito mais que de longe. 

Ali decidimos que ainda tínhamos perna para seguir nosso passeio, cruzar a ponte de bicicleta e seguir mais uns 6KM até Sausalito. A emoção de cruzar a ponte foi demais, sensação diferente, com uma vista BELÍSSIMA, sol e vento no rosto. Dizem que andar de moto é ter uma grande sensação de liberdade, mas andar de bike também é.

Após cruzarmos a Golden Gate Bridge, que tem 2,7KM de extensão, seguimos para Sausalito por uma estradinha tranqüila, arborizada e com ciclovia. Sausalito, na minha opinião, é uma "Águas de São Pedro" - só que em vez de ter um “Corguinho” no meio, tem a Baía de San Francisco em volta, mas é um cidadezinha bonita e charmosa. Tinha um monte de brasileiros por lá.

Achei super interessante a infra-estrutura voltada para as bicicletas nesse caminho, fizemos o caminho inteiro em ciclovias, todas elas bem sinalizadas, bebedouros no caminho, um lado da ponte só para ciclistas, outro para pedestres, muito interessante.

Voltamos para San Francisco de Ferry Boat, pois o meu (Alex) joelho estava doendo pacas e estávamos cansados. Além disso, é prazeroso o passeio de Ferry Boat pela Baía de San Francisco, que passa perto da Golden Gate e da Ilha de Alcatraz, um dos lugares que ainda não visitamos em San Francisco.

Clique aqui para acessar as fotos do passeio.

Boa semana a todos.