domingo, 4 de setembro de 2011

Home, sweet home...



Dizem por aí que não há melhor lugar no mundo do que a casa da gente. Há quem se mude com freqüência, quem more na mesma casa em que nasceu por décadas, quem prefira não viajar apenas para curtir o aconchego de sua própria casa ininterruptamente, quem resuma sua casa em poucos pertences e a leve numa mochila. Nesse caso, sorte das tartarugas e dos caramujos que levam seu doce lar para onde quer que vão!

Na referência ao caramujo, lembrei que casa significa também proteção. Daí muitas vezes a assimilação do lar com a família, com as lembranças da infância – ainda que da ordem do desejo ou da imaginação. Eu já tive vários lares! Já vi meus pais desenharem nossas casas no papel e depois erguerem tijolo por tijolo, já me mudei no susto e fiz da nova cidade meu lar arrumando as coisas com o tempo, já morei numa chácara, numa república com colegas da faculdade,  com uma mãe postiça em Münster (ainda que por apenas 3 semanas), sozinha. Guardo com carinho as recordações cada época. Mas hoje, me lembro com mais nostalgia mesmo é do meu apartamento em São Carlos! (talvez logo, logo, seja daqui...)

Não foi a primeira vez que morei sozinha – já tinha morado sozinha durante o último ano da faculdade – mas foi a primeira vez que me mudei para uma cidade que praticamente não conhecia (tinha ido para São Carlos duas vezes, durante o período da seleção do mestrado).  Sozinha e numa cidade desconhecida. Pode parecer assustador, mas foi uma das melhores experiências que tive. Acho que ali eu aprendi a ser eu mesma. E talvez, meus amigos, um lar de verdade seja exatamente isso, um lugar onde a gente possa ser a gente mesmo – o que quer que isso signifique! Não estou falando de um “eu” original que surja a partir do fundo da nossa alma, porque não acho que seja bem assim a história, mas de um “eu” que se faz quando temos um lugar tranqüilo para pensarmos em quem somos e em quem queremos ser – ainda que não seja definitivo e ainda bem que não é!

Minha experiência de “lar” aqui em Berkeley tem sido similar a essa, com a vantagem, é claro, de não estar sozinha! Estava sozinha quando decidi que essa seria minha nova casa (embora o Alex tenha participado do processo de escolha através da internet), quando me perdi em San Francisco indo assinar o contrato na imobiliária (esse momento foi meio que desesperador!), quando fui às compras em busca de tudo que uma casa precisa para um mínimo de conforto... Mas logo o Alex chegou, para que nos encontrássemos aqui em todos os sentidos. E eu já não sei como será voltar ao antigo “lar”. Será que ele ainda cabe na nossa história? Talvez valha a pena alguns ajustes!

Esse post é em homenagem à Juliana Bueno, que nos pediu para saber como é a nossa casinha aqui em Berkeley. Abaixo está um vídeo feito com a montagem de algumas fotos cotidianas onde dá pra ver um pouquinho dela.  É só apertar o “play”...


3 comentários:

Juliana Bueno disse...

Muito obrigada por lembrarem do meu pedido e fazerem um vídeo tão especial para que eu pudesse conhecer o lar de vocês! Ele me parece super aconchegante a cara dos dois...não foi só o vídeo que foi especial, mas o texto também está lindo e me fez lembrar de todos os lugares que já morei e de tudo que vivi nesses lugares!!!
Muito obrigada!!!
Beijos

Antunes disse...

SAUDADE DE VOCÊS E DESSE LUGAR MARAVILHOSO

BAIJÃO

Meu Juízo Tá Rachando disse...

.:Adorei o video!:. ;))