terça-feira, 5 de julho de 2011

Fazendo arte?


The Thinker - by Rodin

Como a arte é possível no século XXI? A arte ainda é possível? Obras do passado podem ser consideradas arte? Em que medida? Obras do presente podem ser consideradas arte? O que um dia não foi arte, pode sê-la hoje?

Não sei ao certo como responder essas perguntas, mas é inevitável fazê-las quando se visita diferentes exposições, dos períodos mais variados. Algumas obras parecem ter simplesmente perdido o sentido. Outras parecem que mudaram de sentido e, adaptando-se ao momento, renovam-se em possibilidades. Algumas parecem que nasceram mortas. Ou, talvez eu nunca vá mesmo entender arte.

Nesse final de semana cultural visitamos o Oakland Art Murmur, um circuito aberto em que artistas abrem seus ateliês para visitação e as galerias de arte recebem gratuitamente o público (oaklandartmurmur.org). É um lugar efervescente. Cheio de gente, cheio de vida, cheio de criatividade. Acho que é nesses lugares que as grandes obras de arte nascem. Talvez uma em um milhão. Pode-se ver coisas bonitinhas, coisas de “profundo mau gosto”, obras que se pretendem demasiadamente críticas, outras inevitavelmente comerciais etc. Algumas com certeza farão parte de algum museu no futuro e, como um bicho empalhado, contarão a “história natural” da nossa cultura. Who knows…

Parte dessa história, por exemplo, pode ser contemplada no Legion of Honor, o museu de belas artes de San Francisco (legionofhonor.famsf.org). O lugar é belíssimos e muito tranquilo. As salas são organizadas por época, de modo que você pode fazer uma espécie de “viagem no tempo” por meio dos estilos de pintura. Foi lá que comecei a me questionar se aqueles quadros do século XVI ainda fazem algum sentido. Foi lá também que senti um alívio na alma ao encontrar um Monet, ao chegar na sala do século XX. E foi nesse momento que tudo se embaralhou novamente: Alívio?

Mas, os artistas não nascem prontos. Foram arteiros um dia, eu diria, e no melhor dos sentidos. A “The Steins collect”, em exposição no San Francisco Museum of Modern Art (SFMoMA) (www.sfmoma.org), mostra quadros de Matisse, Picasso e da vanguarda parisiense. Trata-se da incrível coleção da família Stein que, a certa altura, chegou a abrir sua própria casa para visitação devido às obras que possuía. Admiradores de arte, eles compravam obras dos pintores em Paris, muitos ainda em fase inicial. É o caso de muitas pinturas de Matisse e Picasso. Bom para olhar de perto como eles pintaram quadros tão diferentes e como a visão deles sobre arte foi mudando com o passar do tempo, conforme as influências que recebiam.

De todo modo, não sei descrever direito pra vocês o que vi. Mas, em tempos da possibilidade de reprodutibilidade técnica das obras de arte, aqui estão algumas imagens registradas pelo Alex... dizem que elas valem mais do que mil palavras. Será?
 
Ah, não tem fotos da coleção dos Stein. Era proibido...

Um comentário:

Anônimo disse...

Hi Mr. Kisses,

we are in class now. We returned to learn English, after some days off.

Hugs from Brazil.

Leiko, Marcelo and Malu ( Teacher from the sky )