sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tão perto e tão longe...


É bem conhecida a tragédia dos mocinhos que se desencontram pela simples impossibilidade de comunicação.  Willian Shakespeare retratou o auge dessa tragédia no clássico “Romeu e Julieta”. O plano era um encontro para que, juntos, fugissem e fossem felizes para sempre. Mas quem disse que o recado foi recebido? O resultado da falta de comunicação foi o suicídio do casal apaixonado.
Hoje foi minha primeira aula na UC Berkeley. Finalmente conheci meu orientador, Prof. Martin Jay, pessoalmente. Antes da aula tive uma reunião com ele. Sua primeira preocupação foi saber se eu estava bem instalada e minimamente adaptada em Berkeley. Me deu várias dicas: desde livros para ajudar na minha tese, a passeios na região da Califórnia.
A aula foi excelente. Tudo muito tradicional, inicialmente – chamada, apresentação do cronograma da disciplina, introdução do assunto. “Razão e Crítica” é o nome da disciplina. Duas foram as citações que introduziram o assunto: “The concept of reason from the very beginning included the concept of critique” (Max Horkheimer) e “Reason has always existed, but not always in a reasonable form” (Karl Marx). Seguiu-se daí a discussão do conceito de razão – que não cabe aqui descrever, não é mesmo? O que quero dizer é que me senti totalmente “em casa”.
Finda minha primeira aula, alegre e com horas do dia ainda para aproveitar, fui encontrar o Alex no “local combinado”. Foram duas horas e meia de espera. Escureceu. Esfriou. Veio a sede e a fome, mas não veio o Alex. Onde ele foi parar? Teria se perdido em Berkeley? Teria ido desbravar ruas distantes? Teria simplesmente se esquecido de sua amada? – é nessa hora que a tragédia, nos antigos romances, aconteceria!
Mas, em época de internet, celular e afins, como não se comunicar? Pois é, meu celular e o dele não se comunicam. O dele só recebe SMS, o meu só faz ligação (nos EUA os pacotes são comprados à parte e eu não me dei conta. O telefone dele ainda é o do Brasil e está sem créditos)... e agora? 6 da tarde por aqui, meia noite no Brasil e decido chamar ajuda. Pais ficariam desesperados. Restam os irmãos. Celular da Bia: caixa postal. Celular do Fred: não atende!! É, os deuses resolveram se divertir um pouco às nossas custas! Meia hora tentando, e minha irmãzinha linda do coração finalmente atende – cochichando (acho que atrapalhei algo). Graças a essa “ponte” com o Brasil, pude voltar, finalmente, pra casa. Pedi pra Bia enviar uma mensagem ao Alex, avisando. Mas ele retornou a mensagem pra ela, dizendo que ele estava me esperando no lugar combinado!!
Bem, estávamos a 100 metros de distância e não nos encontramos. Entendemos lugares diferentes. A bela foto acima foi tirada por ele, enquanto me esperava – e quem está na foto?? É, ele não me viu!!!
Moral da história: Alex, vá já colocar um chip americano nesse celular!!!


3 comentários:

Merilin Baldan disse...

Deborah, a sua narrativa é imperdível! Em tempos de comunicação, nos vemos muito mais do que se pode imaginar, no seu revés. =)

Telma disse...

Dehhh que poético! ❤❤❤❤❤❤

o momento pede trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=3zxD35OlhaM

q tem a ver com o filminho que te falei :P

besosss e saudades minina!

Telma

Deborah disse...

Perfect, Tel!!
I love it!
:)